
O PROJETO
Performance. Cinema. Feminismo. Teatro. Poesia. Oficina. Dadaísmo. Queer. Decolonial.
Nos dias 17 e 18 de julho de 2019 estreei o Miss Estramboli_Diário de Bordo Performático no Goethe-Institut/ICBA, um diário de bordo que performa o percurso do processo de criação através do feminino, do ponto de vista feminista.
Este projeto só foi possível porque fui carinhosamente, cuidadosamente e comprometidamente recebida por artistas brasileiros em Berlim. O diretor e coreógrafo Rodrigo Garcia Alves com seu Studio Disorder, composto pela Mab Cardoso, Pêdra Costa e Maicyra Leão.
Com Miss Estramboli_diário de bordo performático, compartilhei da minha da pesquisa, investigação e experiência resultante de residência artística, a partir da imersão Queer em Berlim Alemanha, materializado em forma de um diário de bordo performático que compreende: oficina (cinema performance e foto performance), relato dialético de experiência, produção do curta-metragem performance intitulado Miss Estramboli_o assassinato diário do feminino de cada ser e a exibição da performance.
Instigada na busca de significados e diferentes formas de subjetivação no campo da performance art em conexão com o cinema, mergulhei no processo da criação autoral do ponto de vista feminista e me deparei com a invisibilização do feminino na criação da obra e até mesmo o seu assassinato.
Miss Estramboli é um projeto que materializa as minhas inquietações decorrentes do pensamento crítico diante de uma sociedade machista, excludente e violenta, que legitima a sua fúria ao exterminar as diferenças.
Busquei compreender quais são as poéticas envolvidas na práxis da criação artística do feminino, especialmente a partir do olhar feminista sobre a obra, onde ao fim se manifesta em duas dimensões fundamentais, a dimensão presencial, analógica (o corpo), e a dimensão imagética, digital (a imagem do corpo).
O movimento do corpo é uma maneira de escapar do sistema urbano estático, onde as subalternidades estão impressas na composição estética da fisicalidade e na sua conseqüente produção de imagem. Miss Estramboli é uma busca através de poéticas transversais para a libertação dos padrões patriarcais. É pensar a manifestação artística para além dos padrões estabelecidos pelos suportes e dispositivos artísticos, bem como pensar a manifestação do próprio corpo para além da sua fisicalidade genericamente conceituada. É decolonizar em procriação anarco-antropofágica.
Miss Estramboli irrompe através do vestido de uma travesti assassinada e performa a existência ainda alienígena do feminino para a nossa sociedade, interpondo-se entre o público.
A origem dessa personagem ocorreu em residência artística realizada pelo Goethe-Institut/ICBA e VivaDança Festival Internacional, em 2016 na Bahia com Rodrigo Garcia Alves. Depois de dois anos em pesquisa foi possível ir para Berlim fazer o aprofundamento da pesquisa no universo queer e na performance art em conexão com o cinema.
Perceber as sutilezas da propositividade criativa do feminino, sua natureza de manifestação, bem como as características do processo feminino de criação da obra, de mais escuta e menos intervenção por parte dos autores na relação criativa com a obra, é parte da metodologia do projeto, que tem relação com o Dadaísmo e a compreensão do Inconsciente na manifestação da obra, com pressupostos de uma escolha aleatória, contrariando qualquer sentido de eleição racional.
O projeto objetiva agora favorecer o encontro, troca e compartilhamento dessas experiências e a pesquisa sobre o feminismo e o universo queer em conexão com experimentações com a performance art, o teatro e o cinema, em solo baiano.
Depois de estrear no Teatro do Goethe-Institut/ICBA, Miss Estramboli recebeu convite para realizar sua primeira temporada no Teatro Vila Velha, um dos mais importantes teatros da Bahia, vanguarda e celeiro artístico.
Miss Estramboli_Diário de Bordo Performático é um projeto contemplado no edital de mobilidade artística da SECULT. O projeto tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.
Apoena Serrat
A estreia de Miss Estramboli teve a presença do renomado diretor do Teatro Vila Velha, Márcio Meirelles, e da diretora do Festival Internacional Vivadança, Cristina Castro, que propuseram a realização de uma temporada no Teatro Vila Velha.
estreia
O quê: “Miss Estramboli_Diário de Bordo Performático”, de Apoena Serrat | Berlim, Brasil >> Quando: 17 e 18 de julho das 15h às 18h (Oficina) >> 18 de julho as 19h curta-metragem performance e relato dialético de experiência. >> Onde: Teatro do Goethe-Institut/ICBA. >> Quanto: Gratuito. >> Inscrições para oficina: https://circodefilmes.wixsite.com/missestramboli. >> Classificação indicativa: 18 anos. >> Fotos: Apoena Serrat e Rodrigo Garcia Alves. >> Fotos de cena/performance: Lúcio Adeodato. >> Poesias e Textos do site: Apoena Serrat. >> Agradecimentos: Rodrigo Garcia Alves, Mab Cardoso, Pedra Costa, Maicyra Leão, Altes Finanzamt, Studio Disorder, Goethe-Institut/ICBA, Governo do Estado da Bahia.




























